terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Ensaio sobre a Personalidade das Letras – O Literatófilo



Certo como dois e dois são vinte e dois, os mais intuitivos e perspicazes já perceberam que as palavras são formadas por letras; estes símbolos que, combinados ou separadamente, representam os diversos fonemas da nossa linguagem oral. O que, provavelmente, a maioria não sabe é que cada letra tem sua própria identidade. O F por exemplo, é uma letra tímida, introspectiva, é como se fosse o espalhafatoso E, mas sem a sua base, a segurança, sem aquele estrelismo todo do E; que é tão ousado e usado: É. Espantoso! Espetacular! Especial.

É isso..., É aquilo..., a toda hora tropeçamos num E; é ou não é? Já o pobre F, seria um...fffudeu!

Feio!

Fedorento!

Fracote! Fru-fru! faliu. faleceu. Às vezes um simples: fff... já denota que algo babou ou está por melar.

Já o exibido E está em todas as bocas. Se perguntarmos algo a um jovem de hoje, ele te olha com aquele olhar tipo quem vê um E.T. em plena praça ao meio-dia, e responde sem se mover: Éeeee...isso aí..., e fica-se com aquela impressão, mesmo uma certeza, de que tudo já foi dito.

Assombroso!


Agora, sinceramente, se tem uma letra que tem de tudo um pouco é o O. Oh! Isso mesmo, ele é redondo, oval, circular, anelar, é ótimo!

Circunférico!

A bola!

O planeta é esférico como ele!

Oh!

O verdadeiro O do bobó!

Como é chique esse O!

Se lhe provocam ou espicaçam ele responde com o conhecido e ultra famoso bordão: Aqui Ó! Que significa que tão mandando você, ou alguém próximo, enfiar o dedo médio ou algo roliço e comprido, enfim, cada qual com seu gosto, no fiofó. Super usado hoje em dia, nestes tempos de correria, crise e confusão. É: aqui Ó! pra tudo que é lado.

E também é muito cobiçado, cobiçadíssimo! Principalmente à direita dos algarismos, quando ele assume sua identidade secreta, numérica! Até isso ele tem! À semelhança do Super-homem que, com um simples óculos transforma-se no irreconhecível Clark Kent, ele, o O, se estica um pouco e pronto!, com uma simples alongada transforma-se no incrível número Zero: 0. Quanto mais haja à direita de qualquer número, mais alegria ou dor ele provoca! Mas, cá entre nós: sózinho não vale porra nenhuma...., fica te olhando com aquela cara redonda,,,. aquela auréola de santo... É como se diz, melhor mal acompanhado do que só. Dizem, não dizem? Ó!

É fabuloso esse O.

Sobre sua vida, inclusive evidentemente, fizeram um filme, muito famoso, óoobvio, A História do O. Ele reclama, a boca pequena (o), e diz ter sido traído pelo roteirista que inventou várias cenas de sexo fora do contexto só pra chamar atenção! Como se o próprio O já não fosse sexy e chamativo o bastante por si só.

Tem letra mais sexy que o O?

Em São Paulo tem até um fã clube, são seus fãs e fregueses, todos moradores da Freguesia do O.

O O é macho. Está escrito em sua biografia: artigo definido (de personalidade marcante, firme) masculino, singular. Não é pra qualquer um!


Mudando da água pro vinho vamos tecer algumas considerações sobre alguém que seja representante das minorias, dos excluídos, sim, estou me referindo ao condoído caso do U, coitado, sempre com esse sorriso de quem quer agradar. Pobrezinho, parece que está de pernas pro ar! Uuui! Essa doeuuu.

Não gostaram? Então vaia pra ele: uuuuuuu...

Como é carente o desgraçado do U, rima com: vai tomar no .. !, ou pior (ou melhor, dependendo do gosto de cada um): vai chupar um ... ! Seu urubu! Triste sina, a do U, sempre a última das vogais..., se esforça tanto pra não ser o último que acaba ficando com essa língua toda de fora, pobre U... uauuuuu...


Pra não dizer que falo demasiadamente das vogais vamos analisar uma consoante de quem pouco conhecemos o verdadeiro significado: o X.

Ele mesmo.

Sempre uma incógnita. Ignoto.

Se uma encrenca se aproxima todos querem saber qual vai ser o X da questão. E se uma contenda se arma então ele, que está sempre escondido atrás de sua aparente encruzilhada, se intromete no meio e fica aquela história de fulano X beltrano, time isso X time aquilo. Grande encrenqueiro, isso sim!

Como temos pouquíssimas palavras que comecem com X ele tratou de se associar à matemática, e não é só nas equações, não!

Ele conseguiu exclusividade e é o sinal da multiplicação! Múltiplos e multiplicados, em todas máquinas de cálculo o safado aparece, roubando a cena.

E já que falamos em safadeza, por trás dessa fachada armada e obscura das incógnitas se esconde um pilantra! ele é também super safado. Os filmes mais picantes tem XXX. Ele com certeza não é mole! dizem as más línguas que ele tem relações (de alta potência!) com o Y e o Z,. xiiiii.....


Fechando este projeto de esboço de rascunho de ensaio de um estudo (que um dia será digno deste nome, e não este rebôco metafórico/sintático) sobre as letras e suas interessantes peculiaridades, tomemos o B. Vejam bem, queridos, tomar no sentido de observar especificamente. O B é bom. Tem mil e duas utilidades. O B é quase ótimo. Mas como se sabe, o ótimo é inimigo do bom, por isso não os convidem para a mesma mesa, eles podem sair em caixa alta, cair pra caixa baixa, trocar acentos, nunca se sabe, melhor não arriscar.

A característica, no entanto, que torna o B digno de nossa maior atenção, evidentemente é seu aspecto físico/anatômico. Não entendeu? Tudo bem, docinho, explico melhor. Reparem nas formas do B. Notaram agora? É uma bunda vista de cima, de lado ou de baixo, não importa; pois quando o assunto é preferência nacional, não tem pra ninguém: é Bunda! E se uma bunda não te satisfaz, pegue uma banda, que com certeza é cheia de bundas, que, aliás, tem duas bandas.


Cara! Essa foi f...!de doer! argh!


Outro dia falo do I iiiii...