quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Autoconhecimento


Procuro por mim mesmo.

Onde me encontro?

percorro todos shoppings,

em nenhum deles estou,

vou à todas igrejas,

lá não me acho.


Percorro feiras,

livres ou cobertas,

de todo tipo de coisas,

vou a todos mercados,

procuro no google,

pesquiso na internet.


Tão pouco quero,

e tampouco encontro.


Coisa simples,

nada demais,

mas nem desse pouco,

me sinto capaz.


Quem sou?

É muito, querer me conhecer?

Saber quem sou.


Estive em muitos lugares,

milhares de livros li.

cruzei oceanos,

morri,

renasci.

No entanto,

em nenhum desses momentos

me conheci.


Andei a torto e à direita,

à esquerda também,

já olhei em cada greta,

subi acima das nuvens,

mas nunca me vi como alguém.


Alguém capaz de exprimir tudo que sente,

de dizer tudo que não sabe,

de fazer tudo que quer,

de ser meu próprio rei,

não sendo uma coisa qualquer.

De ser somente eu.


Alguém assim, eu sei,

é difícil encontrar,

mas mesmo sabendo disso

não desisto.


Me busco nas florestas mais densas,

no fundo dos oceanos,

no interior da terra,

nos confins do universo.


Já entrei em buracos negros,

e deles nunca mais saí,

mas mesmo não saindo,

agora não estou mais ali.


Será isso então?

Só existo na minha imaginação?


Quando parar de pensar desaparecerei.

Nunca terei existido,

jamais me reencontrarei.

Talvez seja achado na calçada,

de uma esquina movimentada

dentro de um saco de papel,

e então encaminhado,

entregue na seção de achados e perdidos

de um supermercado.


Ali estou?

Talvez ali.


Pode ser, no entanto,

que não seja este meu destino,

posso ir pro depósito de lixo.

Lixo atômico.

Altamente mortífero.

Por séculos ainda estarei

poluindo o solo, água e ar.

Lixo radioativo.

Mata todo ser vivo.


Serei eu ali?

Pergunto a mim mesmo,

sujeito que nunca vi.



4 comentários:

  1. Alexandre concordo com aqueles que dizem que melhor que as respostas é lançar perguntar ao mundo. Achei muito rico seu texto. quem de nós já se definiu? estamos vivos e por isso abertos, inacabados. estamos construindo nossa identidde e realidade. ainda que isso não seja confortável! somos assim, seres em escrivinhação...

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  2. Adorei..quem somos nós???
    Cada pessoa nos imagina de uma maneira...
    É super interessante saber de várias pessoas o que pensam a nosso respeito...é totalmente louco..hahaha..
    E o que nós pensamos?? bem..acho que cada dia somos um...sei lá..
    Super beijossssssssssss
    Rê.

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  3. Alex, vou mandar por e-mail um meme para você responder no seu blog, ok??
    Beijossssssssss
    Rê.

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  4. Alex,
    Resolvi escrever o que penso..hahaha..
    Se você observar bem de perto as pessoas, vai perceber o quanto somos parecidos. Todos somos. Não importa quem somos, de onde viemos ou o que fazemos, no final, somos todos iguais. E isso nos irrita, porque sabemos que no fundo, por mais que tentamos ser um pouco melhor, diferentes até, somos iguais naquilo que nos faz humamos. E não estamos falando de características biológicas ou psíquicas, muito menos de indicadores sociais ou pesquisas. Somos iguais no mais íntimo dos sentimentos, na essência. É irritante perceber que uma qualidade tão pessoal, que define você entre os amigos, estampada em outra pessoa. Ou até mesmo aquele defeito que você reconhece, que te envergonha e que você tenta evitar, mas que é seu, chegue até você por outro. E te faz sofrer porque outra pessoa também o tem. A vida é sim um grande paradoxo, tão diferentes mas tão iguais. É isso que nos diferencia? A particularidade geral ou genérico particular? Somos humanos e o que nos torna humano é o sentir? Pensar? Diferentes porque fazemos coisas, várias delas, é isso que nos diferencia na massa. Mas um único fato nos torna iguais. Sim, somos iguais porque errados, todos fazem isso. O tempo todo, a vida inteira.
    E esse é nosso principal medo. Ninguém vale a pena pelo que faz, nem pelo que deixa de fazer. Tudo depende do ponto de vista e de onde o erro está nessa sentença. Tantas coisas para ser diferente e apenas uma para nos fazer igual. É estranho pensar nessa complexidade das pessoas e nas coisas sem sentido que elas se sujeitam a fazer.
    Ou não..hahaha
    Super beijossssssss
    Rê.

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